Madeira. 25 de Novembro comemorado no Parlamento.Jaime Ramos chamou "fascista" ao deputado do PCP Leonel Nunes.A Assembleia Legislativa da Madeira (ALM), por vontade do PSD, deixou de comemorar o 25 de Abril preferindo assinalar com discursos de circunstância o 25 de Novembro e o Outono do Verão Quente de 1975, ou seja, o funeral do PREC de Vasco Gonçalves. .Nem todos alinharam: no livro de presenças PS e BE têm falta injustificada mas, também o representante do PND, José Manuel Coelho, o polémico deputado do relógio e da bandeira da cruz suástica desfraldada na tribuna. .Mas, mesmo sem a presença de José Manuel Coelho, os insultos continuam no parlamento da Madeira. "Chulo" e "fascista" foram dois termos ontem usados pelo líder da bancada social-democrata, Jaime Ramos, tendo por alvo um dos dois deputados do PCP, Leonel Nunes..Leonel Nunes aproveitou a intervenção de cinco minutos para esclarecer que a autonomia e a liberdade são filhas de Abril e não de Novembro, rejeitando o comportamento dos "senhores todo-poderosos do PSD, saudosistas do passado fascista e feudal como aquele senhor que acaba de provocar [Jaime Ramos] e do cheiro a pólvora das bombas dos flamistas [leia-se apoiantes da FLAMA, movimento para a independência da Madeira activo entre 1975 e 1978]", disse. .Para o deputado comunista, são os "novos senhorios da Madeira Nova" que, ao fim de trinta e três anos passados, mantêm a Madeira sob uma "democracia vigiada" e "a batuta de um Duce campeão de sucessivas maiorias asfixiantes, qual monarca absoluto rodeado da sua corte (...) pois quem não concorda com o regime jardinista é marginalizado, é silenciado, é posto de parte, ou comprado se a importância para o regime assim o justificar".